domingo, 14 de outubro de 2012

CAP. 16 – TEMPESTADE


Parece que a vida resolveu ficar de mal comigo e testar a minha capacidade emocional de sentir raiva e emoção.

 Cheguei mais cedo no banco tentando esquecer a visão do inferno me dedicando de corpo e alma ao trabalho. Mas para meu desgosto, Samuel resolveu aparecer no banco, e na falta de outro funcionário, fui obrigada a atendê-lo.

Sentado diante de mim ele foi enfático:

- Minha doce Carolina... como eu pude te abandonar ???? Se eu soubesse que você se tornaria uma bancária bem sucedida teria me casado com você...

Senti nojo ao ouvir tais palavras do homem que infelizmente, era o pai da minha filha. Mas o que ele ainda iria dizer me causaria profundo desespero:

- Eu não vou fazer rodeios! Sei que você ganha o suficiente para viver bem e acho que mereço tomar parte nos seus lucros, como pai de sua filha....

Me indignei ao ouvir aquilo:

- Você é mesmo um grande cretino! Não vou te dar um centavo do que ganho! Não tem vergonha de me pedir o dinheiro que é pra sustentar a TUA FILHA ? A FILHA QUE VOCÊ ABANDONOU ANTES DE NASCER ????

Segurando meus braços com força ele foi categórico:

- Ou você me dá o dinheiro ou entro na justiça para tomar a guarda da criança, e ai você ainda terá que me dar pensão com a benção da justiça!

Esquecendo de que estava em meu local de trabalho eu gritei a plenos pulmões:

- Fica longe da minha filha! Você não tem o direito de me atrapalhar depois de ter me abandonado grávida!!

Nessa altura, todos os olhares já estavam voltados para nós, mas eu ignorei tudo isso e continuei:

- Minha família me despreza por ser mãe solteira, a Gabi não sabe o que é ter contato com primos porque meus irmãos não permitem que os filhos se aproximem dela, na escolinha os pais não a convidam para festinhas, porque ela não tem um pai que a acompanhe!

Não suportando mais a tensão emocional, eu comecei a chorar. As pessoas presentes no banco foram pra cima de Samuel, e Fabiano, o gerente do banco, mandou os seguranças retirarem-no dali.


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