Preocupado com meu nervosismo, Fabiano me convidou para almoçar. No
restaurante, eu tentava me acalmar, afinal, ainda tinha o período da tarde para
dar expediente.
Contei minha história a ele que ouviu tudo com muita atenção. O seu
gesto me deixou surpresa, pois sua atitude dentro do banco era sempre muito
reservada, eu diria até mesmo que era muito fria.
Quando terminamos de almoçar, Fabiano disse:
- Carolina, quando encerrarmos o expediente, me espere que a levarei em
casa!
- Não é necessário, eu estou de carro! – Eu respondi.
Insistente, ele tornou a dizer:
- Se o problema for buscar sua filha na escola, posso muito bem fazer
isso também, faz dois anos que não sei o que é isso, mas será agradável viver
essa sensação novamente!
Dizendo isso, um sorriso triste se formou em seu rosto e imaginei que ele pudesse ser separado. Ele
logo desviou o assunto e tornou a dizer:
- De volta ao expediente senhorita Carolina Mendes! E não ouse ir embora
sozinha!
Retomando meu semblante sério, perguntei:
- E quem levará meu carro para casa ? Eu preciso dele para trabalhar
amanhã! Felizmente a Gabi fica aos cuidados de dona Augusta que cuida dela com
todo seu amor, mas as noites são dedicadas aos seus passeios.
Ouvindo isso ele disse:
- Não saia de casa hoje a noite! Pode ser perigoso! Conversaremos mais
ao fim do expediente.
O resto da tarde eu passei apreensiva. Ficar sozinha com Gabi em casa me
causava pânico. Mas pânico mesmo eu sentiria logo mais.
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