quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CAP. 22 – O SEGREDO DE FABIANO


Depois dos problemas que tive com Samuel, Fabiano passou a me buscar diariamente em casa e nos tornamos bons amigos. Gabriela adorava ter esse “tio” esperando-a na saída da escola. Como já estava entendendo melhor as coisas, se ressentia da ausência do pai em sua vida.

Meus finais de semana com Gabriela passaram a ser menos solitários, pois Fabiano nos fazia companhia constantemente. Para minha pequena, essa mudança foi bem favorável a ela que encontrou nele um realizador de seus caprichos infantis.

Durante o dia, levávamos Gabriela para passear e a noite saíamos para jantar e minha filha ficava aos cuidados de dona Augusta.

Foi perto da páscoa, um mês depois, que eu descobri o motivo do semblante triste de meu amigo. Ele chegou em minha casa muito nervoso e disse:

- Carol, me ajuda!! Estou me sentindo sufocado! Por favor, me ajuda!

Eu fiquei assustada, nunca tinha visto Fabiano daquele jeito. Resolvi perguntar:

- O que aconteceu para te deixar nervoso desse jeito ?

Em resposta, ele me abraçou e começou a chorar. Seu choro era tão sentido que eu esperei ele se acalmar para então perguntar novamente:

- O que está acontecendo com você ?

- Quer me contar ? Sabe que pode contar comigo!

Com uma expressão de dor ele me respondeu ainda soluçante:

- Hoje é aniversário de morte de minha esposa e de minha filha! E dizendo isso recomeçou a chorar.
Eu fiquei sem reação. Era este o motivo de sua maneira tão calada em muitos ambientes! Abracei-o mais forte e deixei que chorasse em meu ombro até se acalmar.

Quando ele finalmente conseguiu falar novamente, me fez um pedido:

- Você poderia ir até o cemitério comigo ? Não quero ir lá sozinho, a dor é muito grande! Por favor Carol, eu preciso de você nesse momento!

Como negar qualquer pedido ao meu amigo ?

Entramos no carro e nos dirigimos ao cemitério.

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