Cinco da tarde. Precisei correr para buscar Gabriela na escola e levá-la
para lanchar no shopping, como havia prometido pela manhã.
Peguei minha pequena no colégio e fomos passear. Gabi, em sua inocência
infantil, não tinha dó de mim e me puxava de um canto a outro querendo ver tudo
de uma vez só.
Na hora do lanche, uma voz me chama e eu senti o sangue gelar nas veias
quando me viro e me deparo com ninguém menos que Samuel, o noivo que me
abandonara quando soube de minha gravidez.
Sem nenhuma cerimônia, ele se aproxima.
- Carolina!!! É você mesma ???? Você não mudou nada nesses últimos três
anos!
Esquecendo de qualquer regra de boa educação, eu o puxei para longe de
Gabriela e disse que não era preciso gastar vocabulário, pois não tínhamos nada
para conversar.
Ele, cinicamente, apontou Gabriela e respondeu:
- Como não ? Aquela linda menina tem meu sangue... e pelo que percebo,
meus olhos também...
Enfurecida, eu respondi:
- Fique longe dela! Você me abandonou grávida! Não tem direito nenhum de
paternidade! Por sua irresponsabilidade, eu trabalho dobrado, enfrento o
desprezo da minha família e o preconceito absurdo de alguns pais do colégio da
Gabi!
Sem esperar novas respostas, sai do shopping o mais rápido possível,
preferia que minha filha crescesse adorando um pai morto do que conhecendo um
pai canalha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário